terça-feira, 14 de julho de 2015

Meditação Sobre o Eu

Sentado confortavelmente, olhos cerrados e a mente relaxada, procure responder as seguintes questões:

Quem sou eu? 
Quem as pessoas pensam que sou?
Por que eu sou assim? 
O que ou quem me influenciou para que eu fosse deste jeito? 
O que eu não gosto em mim?
Quem desperta o pior em mim?
O que provoca isto? 
Por quê?
Como eu seria se não sentisse isto?
Quem está dentro de mim?
Pais, irmãos, família, amigos, namorado, esposo, animais de estimação, inimigos, quem?
Eu seria diferente se esta pessoa não estivesse em mim?
Qual é o meu amor mais incondicional? 
O que desperta o melhor em mim?

A pessoa que eu não gosto está em mim pela raiva que eu sinto, pela emoção que sinto quando a vejo. As coisas que eu preciso para viver fazem parte de mim, o ar que respiro, as pessoas que convivo, as coisas que falo e vejo, o que eu estudo, meus alimentos, os vegetais e animais que como estão em mim. Se não precisasse comer este tipo de comida meu corpo seria diferente, se além disso, respirasse melhor, vivesse uma vida diferente, minhas doenças seriam outras, minhas preocupações seriam outras, o que preciso seria de outra forma e eu seria diferente. Até as idéias originais que eu tenho, eu só posso tê-las depois de alguém ou de algo ter me levado até aquela conclusão. 

Tudo o que sou depende de outras coisas, então o que é o EU? Quem sou eu? Podemos concluir que não somos nada ou que somos tudo, e ambos estão corretos segundo a visão Budista. Somos de tudo um pouquinho e nada, isolados. Um pouquinho de cada pessoa, um pouquinho de cada coisa que comemos, usamos, vestimos, vemos e aprendemos. E então devemos ter respeito e compaixão por todas as pessoas e coisas que nos formam, pois sem elas não seríamos o que somos, e certamente, estas pessoas que formaram o nosso eu, estão tão perdidas e sofrendo quanto nós e não sabem exatamente o que querem, não sabem como conseguir o que querem e acabam, assim como nós, fazendo coisas que machucam a si mesmas e aos outros. Sendo assim, devemos ter compaixão por todas as pessoas, todos os seres, como temos pelas pessoas que cuidam de nós, pois indiretamente, todos influenciamos uns aos outros. 

Ao término da meditação podemos recitar o mantra do Buddha Akshobhya, um dos cinco Budas da Sabedoria, no intuito de superação das paixões, como raiva e ódio em relação a outros seres.

NAMO RATNA TRAYAYA/ OM KAMKANI KAMKANI/ ROCHANI ROCHANI/ TROTANI TROTANI/ TRĀSANI TRĀSANI/ PRATIHANA PRATIHANA/ SARVA KARMA PARAM PARĀNIME SARVA SADVA NAÑCHA SVĀHĀ

Durante toda a semana que segue vamos nos dedicar a perceber quem fez um pedacinho do meu eu, e dedicar compaixão para estes seres.

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